domingo, 4 de novembro de 2012

SURDA GANHA INDENIZAÇÃO DE CINEMA QUE NÃO EXIBIA FILME LEGENDADO

Uma auxiliar de escritório surda, moradora de Belo Horizonte, ganhou na justiça o direito de receber indenização de um cinema que não exibia filmes legendados no dia em que ela queria comemorar o aniversário de dois anos de namoro.

A sentença foi divulgada nesta semana pelo juizado Especial das Relações e Consumo. O cinema ainda pode recorrer da decisão que o obrigou á pagar 10 mil reais á jovem por danos morais e a doar outros 10 mil á uma creche, como parcela pedagógica da condenação.

Em agosto de 2010, por volta das 17h, a mulher, de 25 anos, foi assistir ao filme Shrek para sempre', no complexo de exibição do Cineart Multiplex, em um shopping no centro da capital mineira, com o namorado, um tecno de design visual de 30 anos, que também é surdo.

Como o longa só era exibido dublado, o casal optou por ver outra animação, 'Meu Malvado Favorito,  mas enfrentou o mesmo problema.

Em vez de celebrar dois anos de relacionamento, ela e o então namorado, [ eles se casaram á um ano e esperam um filho ], acabaram ficando horas na delegacia, onde registraram o boletim de ocorrência.

Fã da franquia protagonizada pelo o ogro Shrek e a princesa Fiona, a mulher afirmou a FOLHA por e-mail, que tem direito de assistir o filme igual á todo mundo.

Tem mais, [ filme ] dublado do que legendado, fico olhando ouvintes entrando animados [ no cinema ] e eu nervosa, lá fora, com vontade de ver', afirmou.

Ao decidir em favor da auxiliar de escritório, o juiz Fabrício da Cunha Araújo, disse que o exibidor tem o dever de passar pelo menos um filme de cada gênero compreensível para surdos por dia.

O Cineart Multiplex declarou, por meio nota, que vai recorrer da sentença e que trata de modo absolutamente cuidadoso e integro todos os clientes, sejam ou não portadores de qualquer deficiência.

Ainda na nota, o Cineart afirmou que o pedido da autora chega a ser surreal, posto ser sabido que em qualquer lugar do mundo os filmes são ofertados pelos exibidores em vários horários e salas de maneiras diferentes [ com legenda, sem  legenda, dublado, 3D ect.... ].

Não há lei no Brasil fixando o percentual de filmes que devem ser exibidos com legenda.

Para dar ganho de causa á Mineira, o juiz Fabrício Araújo citou na sentença os direitos garantidos aos deficientes  auditivos pela constituição, pela convenção internacional sobre os direitos das pessoas com deficiência e por leis federais e decretos.  


[ Reportagem extraída do Jornal FOLHA de SP ].




beijinhos e coraçõezinhos.  lu.


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