domingo, 11 de setembro de 2011


DEPOIS DE VIRAR CELEBRIDADE NA SEGUNDA EDIÇÃO BIG BROTHER BRASIL, TEVE A CARREIRA DE MODELO INTERROMPIDA APÓS UM ACIDENTE DE CARRO EM 2009 QUE O DEIXOU PARAPLÉGICO. 'A DESCOBERTA DA CANOAGEM FOI UM PRESENTE DE DEUS', DIZ. HOJE FERNANDO FERNANDES, DE 30 ANOS, SE PREPARA PARA CONQUISTAR MAIS UM OURO PARA O BRASIL NA PARAOLIMPIADAS DE 2016......

O DIA; - Voce foi modelo internacional, ganhou fama no programa B B B e, por conta de uma tragédia pessoal, se tornou atleta. O que te fez mais feliz?

Fernando; - Sem duvida nenhuma é a fase que estou vivendo agora, por incrível que pareça. De repente, no tropeço da vida, poder voltar a fazer o que sempre quis, que é viver do esporte.

- Como voce descobriu o gosto pela canoagem?

- Sempre fui atleta, desde de criança. Joguei futebol nas categoria de base, lutei boxe. O esporte sempre fez parte da minha vida. Depois da lesão, a grande era o que fazer. O esporte e a carreira de modelo dependiam muito do corpo. Durante a reabilitação na Rede Sarah, o esporte entrava como algo lúdico. Devagar, fui descobrindo novas formas de praticá-lo. Quando sentei no caiaque, foi um presente de Deus. Senti uma sensação de liberdade com o vento batendo no meu rosto. O caiaque é como se fosse minhas pernas. Eu me entreguei totalmente no desejo de voltar a andar.

- Em apenas dois anos, após o acidente, voce conquistou dois campeonatos mundiais. De onde vem toda essa determinação?

- Sempre fui guerreiro. Depois da lesão, descobri uma força mental muito maior do que achava ter. A dor do esporte vem de forma positiva. Quando estou numa competição e parece que não vou conseguir, penso que já aguentei tanta dor que não será um obstáculo qualquer que vai me derrubar. Com tres meses de lesão, disputei a corrida da São Silvestre na cadeira de rodas. Completei a prova, mas a minha mão ficou em carne viva. Ali vi que era capaz de fazer o que eu quisesse.
- O que os médicos dizem? Voce tem esperança de voltar a andar?

- Não há resposta definitiva para a lesão medular. Eles dizem que 6 meses a 2 anos é o tempo que o corpo pode responder. Porem há casos de pessoas que voltaram a andar após 3 anos. Acredito que vou voltar a andar um dia. Tenho feito consultas na Universidade de Miami, no Estados Unidos. Acredito nos avanços da medicina. Acho que aqui a 5 anos, a ciência terá uma resposta. Enquanto isso, não posso parar a vida. Tenho que viver da melhor forma possível, estimulando o meu corpo a dar alguma resposta.

- Como foi a conquista do 1 titulo mundial?

- Eu havia sofrido o acidente havia seis meses e estava praticando o esporte havia tres meses. Decidi que disputaria o mundial. Em maio de 2010, ganhei o Sul-americano e a vaga no mundial, na Polônia. Quando cheguei, tinha 10 mil pessoas na arquibancada. Parecia até jogo de futebol. Sentei no caiaque e só me lembro de cruzar sozinho a linha de chegada.

- O que mudou a partir dai?

- Minha vida mudou completamente. Um mes depois do titulo, o esporte foi incluído entre tantos outros como modalidade paraolimpica para os jogos do Rio em 2016. A minha história acabou contribuindo para a escolha. No segundo campeonato. em agosto deste ano na Hungria, todos já conheciam a minha história. Cheguei como favorito e conquistei mais um ouro para o Brasil.

- Voce já disputou alguma competição com atleta sem lesão?

- Já. Competi na Travessia do Araguaia, em Goiás, uma maratona de canoagem de longa distancia, com 34 quilômetros. Ao todo eram 97 participantes e só tinha lesão. Acabei ganhando a prova.

- Qual o próximo desafio?


- Estou me preparando para a travessia de 60 quilômetros entre duas ilhas no Havaí, no ano que vem, e voucomeçar a disputar provas que garantam vaga na Paraolimpiada do Rio de Janeiro, em 2016. Espero estarbem forte até lá para conquistar uma medalha sabendo que amigos, familiares e o Brasil inteiro vão estar torcendo por mim.


- O que voce diria para quem vive se queixando?


- Pare de valorizar os problemas e encontre a solução. Precisamos deixar de achar que os nossos problemas são os maiores do mundo. Temos que ser mais humildes e menos egoístas. Eu me amo e gosto da minha vida.


[ Estraído do Jornal O DIA deste Domingo ]


beijinhos e coraçõezinhos. lu.

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