segunda-feira, 8 de novembro de 2010


hoje eu vou contar minha história. quando eu ia nascer o médico pensou que era gemeos, e fez a minha mãe esperar dois dias para me ter. eu estava era sentada e acabei nascendo em sofrimento. não chorei, nasci pretinha quase morta. minha mãe também quase morreu, passei dois meses na incubadora. quando fui pra casa a paralisia ainda não tinha se manifestado. só depois de seis meses é que meus pais descobriram o que eu tinha, paralisia cerebral falta de óxigeno no cérebro. mas a parte intelectual foi toda preservada. meus pais me levaram a muitos médicos, apesar da minha evolução, tinha sempre muita dificuldades na área motora e na fala também. eu aprendi a ler com o meu irmão Rogério, quando tinha 10 anos e ele 9. minha adolescência foi tumultuada dentro de mim, via as outras meninas que cresceram comigo sair namorarem e eu não podia fazer nada disso. naquela época não tinha essa coisa de problema de adolescente era tudo tratado como frescura mesmo. mas tudo passou graça a deus, como tudo na vida passa. depois queria muito ser jornalista, mas naquela época ainda não tinha inclusão social. os anos foram passando muita coisa aconteceu, boas e más. e hoje eu tenho mais jeito de fazer as coisas com os pés do que com as mãos. agora por exemplo, estou digitando com os pés; eu faço bolsas de barbante, pinto telinhas, tudo com os pés. as pessoas ficam admiradas quando veem os meus trabalhos, dizem que não conseguem com as mãos como é que eu consigo com os pés? sempre gostei de escrever, mas não tinha como. porque essa é a unica coisa que não consigo fazer com os pés. mas depois que as minhas amigas Wanice, e Regina, me deram esse computador; eu já escrevi sete contos, e já comecei outro. essa é minha história não é empolgante, mas é a minha história. beijinhos e coraçõezinhos. lu.

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